Auto da Barca do Inferno é uma alegoria dramática onde duas barcas estão à espera das almas: a do Inferno, conduzida pelo Diabo, e a da Glória, guiada pelo Anjo. Neste cenário, ocorre o julgamento das almas, a maioria das quais se destina à primeira barca.

Os personagens, que incluem um agiota, um sapateiro rico, um tolo, uma alcoviteira, um usurário, quatro cavaleiros e um frade corrupto, são representações dos vícios humanos. Mais do que uma sátira da sociedade lisboeta do início do século 16, esta obra é uma crítica mordaz e humorística aos vícios que corroem o mundo e à organização social dos homens.

Gil Vicente, considerado o primeiro dramaturgo da língua portuguesa, oferece uma peça que transcende o tempo com sua crítica social e reflexão sobre moralidade e religião. A linguagem rica e poética de Vicente cativa e provoca o pensamento, tornando a leitura uma experiência enriquecedora.

Ideal para estudantes, professores e amantes da literatura, esta obra-prima continua a ser relevante nos dias de hoje, inspirando e provocando discussões significativas sobre a vida e a morte.